XIV Estação. Jesus é sepultado
Leitor 1.
Já é tarde, o dia seguinte, sábado, é de festa, é a Páscoa dos judeus. Urge enterrá-lo o quanto antes.
Mas onde? Deveria ser jogado aos abutres e sem sepultura como era costume para os criminosos condenados à cruz.
Um homem, José de Arimatéia, oferece o seu próprio túmulo que mandara fazer para si e onde ninguém ainda tinha sido sepultado. Pede licença a Pilatos e obtida a permissão, o corpo de Jesus é depositado no túmulo e rolam uma grande pedra à entrada do túmulo. (Jo. 19, 38 – 42)
Mais uma vez a recompensa de Jesus é tão grande que José de Arimatéia torna-se um nome imortal. Ele deu a Jesus o seu túmulo. E este sepulcro será o mais famoso de toda a História da humanidade. Milhões de pessoas visitam este Santo Sepulcro! É dali que vai brotar a Ressurreição de Cristo.
Leitor 2.
Tudo parece perdido. Jesus está enterrado. “Pensávamos que ele seria o Messias…” dirão os discípulos de Emaús. Contudo, alguém guarda no seu coração a fé na ressurreição de Jesus, Maria Santíssima.
Ela viu realizarem-se em si as palavras do velho profeta Simeão: Uma espada de dor transpassará a tua alma. Ora, a outra parte da profecia também será realizada: Este menino será grande, será chamado Filho do Altíssimo. E o seu Reino não terá fim. E diz o profeta exultando de alegria: Agora posso descansar em paz, porque os meus olhos já viram a salvação. (Lc. 2, 29 – 35)
Maria espera, crê nas palavras de Jesus, embora os discípulos, escandalizados com o martírio da cruz, nem se lembrem mais das palavras de Jesus: Ao terceiro dia ressuscitarei.
O sofrimento humano assumido por Cristo será também uma fonte de méritos, de participação no mistério da Redenção. Ele abriu para nós também a possibilidade de participarmos de sua cruz, com a nossa cruz.
O sofrimento não é mais sinal de maldição, de desprezo de Deus, a partir da cruz de Jesus o sofrimento pode ser redentor.
Ó infinita bondade e misericórdia de Deus que se digna abaixar-se a esta situação por nós. Quem por mais sofredor que seja, pode não ver nele alguém que sofreu ainda mais?
Leitor 3.
A cruz não é só reparação por nossos pecados. Só com ela Jesus poderia ser alguém em quem nos espelharmos. Aqui podemos incluir as grandes calamidades pelas quais passa a humanidade. Não terá sido menor a sua dor. Nem mesmo nos campos de concentração.
A Via Sacra era para Santo Afonso um exercício espiritual predileto para meditar sobre o mistério da Redenção.
Divina Misericórdia, que não deixa nada a desejar, tende misericórdia de nós.
Diga ao ler esta reflexão: Divina Misericórdia eu me consagro a Vós.
Pe. Macedo da Divina Misericórdia